Poema

Eu não sou terrorista
Apenas reivindico atentados
Lanço bombas imaginárias no teu jardim privado
E vejo flores sangrentas a voar pela cidade
Sonho na clandestinidade com os teus espinhos-mísseis
E com as tuas pétalas-rockets de fabrico artesanal
Quero ser uma vítima colateral da tua segunda intifada
Que ocupa os meus territórios sagrados
Fazendo-me refém num bairro residencial

E à noite
Quando ela existe
Sonho ser o teu braço armado
Aquele que caga na diplomacia
E nos movimentos humanistas
E faz a vida negra a criancinhas
E não planeia evacuações

Isto porque
Tu e todas-as-coisas-que-tu-fazes-que-me-põem-louco
Suscitam-me novas e virulentas reacções extremas
Só comparadas com o massacre dos corações despedaçados
E com a fuga da mulher dos tremoços